sexta-feira, 29 de junho de 2012

CAMPING FAZENDA DAS PEDRAS

 Depois de muitas idas e vindas na loja da Decatlon, coloca e tira a barraca do carrinho, finalmente com a empolgação das férias, respirei fundo, fui na loja e comprei a bendita Quechua T6.2, aproveitei o desconto da primeira compra pelo cartão da loja e já comprei uma mesa dobrável com 4 cadeiras da Quechua, no meu conceito uma excelente aquisição.
 Barraca comprada, sorriso bobo no rosto, correndo para casa mostrar a novidade para a esposa e as crianças, todos empolgados e loucos por uma acampada nas férias, já havíamos perdido duas oportunidades de acampar com a velha canadence (Camping do Noé em S.Thomé das Letras e Camping Pedra Grande em Atibaia), em uma das oportunidades o pequeno Dudu estava com a garganta inflamada e na outra meu carro estava na funilaria, ainda sim faltava mais uma semana para terminar as férias e eu ainda tinha as esperanças. São Pedro não dava trégua, chuva quase todos os dias e frio, eu mesmo já estava começando a ficar conformado e não estrear a nova barraca, e descrente das possibilidades, amargando a chegada do ultimo final de semana em casa.
 Bem no ultimo fim de semana das férias para "nossa alegria" o Sol que estava desaparecido resolveu dar a cara. Sem pensar nem planejar, eu e a Andreza resolvemos de ultima hora no Sabado mesmo jogar as coisas no carro e partir para algum lugar, de imediato iriamos para Avaré S.P, mas com medo da mudança repentina de tempo, resolvemos ficar pela região, busca rápida no guia de camping (MACAMP), achamos 3 boas opções, (Carrion, Chapeu do Sol, e Fazenda das Pedras), os preços eram quase os mesmos, decidi pelo Fazenda das Pedras.
Colocamos rápido as coisas no carro antes que em algum momento cogitasse em desistir, logo a primeira vantagem da nova barraca já se tornou evidente, o espaço ocupado por ela e a mesa no porta malas era menos que a metade do que a velha canadense com toda sua estrutura de ferro ocuparia. Dessa vez coube tudo dentro do carro e nem precisei fazer gambiarra alguma para levar as cadeiras de praia junto.


Saimos de casa por volta das 16:00, parando no caminho para ir comprando as coisas que aos poucos lembravamos que tinham ficado para tráz devido a pressa. Chegamos em Itu por volta das 18:30, já era escuro, e ainda nem sabiamos onde ficava o camping, pedindo informações conseguimos achar o caminho, dando paradinhas em varios lugares, começando a montar a barraca por volta das 20:00.



 Apesar de gigante, a montagem da barraca é simples, perdi muito tempo nessa primeira montagem por falta de experiência na nova barraca e tambem por já ser a noite e a unica iluminação que contava era a do farol do carro e das minhas luminárias. (Corrigido o problema de super aquecimento que aconteceu em Joanópolis, colocada lâmpadas de acordo com a voltagem correta e trocadas de incandescentes por fluorescentes, nem sequer esquentou dessa vez, funcionamento 100%).
 Até arrumarmos todas as coisas, ligar a parte elétrica, descarregar o carro, já se passavam das 23:00,  resolvemos cansados, sujos e com fome dar uma saidinha pela cidade em busca de algum lugar legal para comer, como já era tarde, estavamos mais para um lanche do que para uma refeição completa, decidimos pelo "Sandubão" que ficava logo na entrada de Itu, lugar era conceito 3B (Bom, bonito e barato).
 Voltando ao camping para tirar o merecido descanso, bateu a preocupação, tava muito frio, ventava bastante e dava para escutar alguns trovões de longe, tudo indicava que viria um temporal daqueles. Mas o vento forte dissipou as nuvens carregadas e de ruim mesmo só o frio, como não lembramos de trazer isolantes térmicos, mesmo com muitos cobertores e edredons, dava para sentir o frio que subia do chão, o colchão de ar gelou completamente, ficamos a noite toda dormindo abraçados as crianças para aquece-las com o calor do corpo e virando de um lado para outro na tentativa de esquentar o lado que ficava em contato com o colchão frio.





Tudo na vida tem lá sua recompensa, o dia seguinte amanheceu ensolarado e quente, os ventos sumiram e ja dava um mormaço gostoso logo pela manhã. acordamos por volta das 9:30 e corremos logo nos arrumar para pegar o café da manhã no restaurante que somente ia até as 10:00, chegamos em cima da hora. O café foi legal, varias opções de pães, queijo, presunto, geléia e um delicioso suco natural. Campista paga 15,00/pessoa, criança não paga. O restaurante é bem legal, foi feito sem que as pedras fossem removidas do local, o que deu uma arquitetura perfeita, o salão de jogos conta com mesas de sinuca e uma série de fliperamas, com vista panorâmica.

























Depois do café da manhã com o Sol deixando a temperatura gostosa nada parecida com o frio que dominou as semanas anteriores, resolvemos desbravar o local, logo de imediato as crianças descobriram os diversos parquinhos que tem espalhado por toda área do camping. No vão que ficavam entre as pedras as crianças diziam ser ali o esconderijo do "Batman". A área toda do camping é repleta de gigantes pedras espalhas e empilhadas umas sob as outras, por isso o nome "Fazenda das Pedras", ali elas ficam com se estivessem pastando. No caminho até o mirante, com uma maquina fotográfica e um pouco de inspiração a paisagem e a natureza te recompensam com boas imagens.









Assim que voltamos a barraca, as crianças ficaram loucas de vontade de entrar na piscina, ainda mais que nossa barraca estava montada bem em frente as piscinas, toboagua e piscinas infantis, tudo era muito atrativo, até mesmo com o frio e a água super gelada. Durante todo o tempo que ficamos lá, poucos hóspedes que estavam em chalés se aventuraram a entrar na agua. As crianças na empolgação e na insistência conseguiram me convencer a deixa-las entrar na agua. Enquanto as crianças brincaram eu aproveitei para relaxar e respirar o ar limpo do campo.










Olhando o mapa do camping com suas atrações, vi que existia uma trilha que nos levaria a um lago, agitei a esposa e as crianças para fazer mais uma exploração, a trilha é tranquila, bem gostosa para se fazer, começa entrando no meio do bosque logo atráz do toboagua e vai passando por uma APA muito bem preservada onde é possivel ver veios de agua brotando no chão.


A trilha começa descendo por uma escadinha bem acentuada, e vai sinuosamente passando por entre as pedras, a impressão que se tem é que a natureza vai te engolir a qualquer momento, ou como minha filha dizia, a casa da "bruxa" era por ali.
 As árvores se fecham a ponto de em alguns trechos não permitir a passagem da luz, os cipós ligam as copas das árvores umas nas outras fazendo uma enorme cobertura, em alguns trechos algumas clareiras tornam a área chamativa para um camping selvagem sem luz elétrica nem banheiros ou lava pratos por perto, nessa área é permitido a montagem de barracas, desde que se mantenha o local conservado, eu mesmo fiquei com vontade de uma aventura mais radical, pena as crianças ainda serem pequenas demais para encarar algo assim.




 Descendo a ultima escadinha já se pode ter a primeira visão da lagoa, de água verde com coloração densa, o lago forma um gigantesco espelho, as crianças ficaram encantadas, de tão lindo o lugar, minha filha perguntou se ali moravam as "Sereias".









 Logo a frente encontramos uma bica de água, enquanto minha esposa relutava tentando nos explicar os riscos de tomar da água sem tratamento, eu e as crianças na mais completa empolgação saciamos nossa sede nessa bica com a mais pura, cristalina e gelada água, me arrependo de não ter levado comigo um galão para reabastece-lo. No final até mesmo minha esposa tambem aderiu a nossa empolgação constatando que ali não haveria risco algum. Depois do lago veio a subida, e dessa vez não tinhamos a copa das árvores para amenizar o Sol, as crianças já cansadas pediam colo, eu e a Andreza revezavamos entre o Dudu e a Isadora, dando longas paradas para descansar os braços, e em cada parada de bônus a natureza contemplavam-nos com suas belas paisagens, o ar puro do campo e a brisa que refrescava e nos dava condições para encarar o restante da trilha. Logo no final da trilha, quase próximo do mirante, descobri que ali estava uma galera acampada, acho que umas 3 barracas iglus, não cheguei a ver ou fazer algum contato com o pessoal que ali acampavam, mas fiquei na curiosidade de conhece-los, o cansaço da subida e de carregar as crianças no colo ou nas costas nessa hora só me dava vontade de chegar logo a nossa barraca. Tirando o cansaço, essa trilha valeu muito a pena, mesmo tendo de carregar as crianças, com certeza numa próxima acampada por lá, farei tudo de novo.







 Já era hora do almoço, depois da caminhada a fome bateu forte, o camping estava vazio e sobravam churrasqueiras espalhadas por todos os cantos, apesar de termos uma churrasqueira em frente a nossa barraca, escolhemos uma que ficava um pouco mais distante, porque em sua volta era cheio de árvores e mesinhas, comprei um saco de carvão e outro de gelo na lanchonete da piscina, as carnes eu tinha levado de casa, foi só acender o carvão e preparar o churrasco. As crianças brincavam de juntar as pinhas que caiam das árvores e hora ou outra iam com fome até a churrasqueira para ver se tinha alguma coisa pronta.








Depois do almoço lá pelas 16:00, na tentativa de uma descansadinha rápida nas sombras que se faziam ao lado da barraca, com a temperatura agradável, e a barriga cheia o sono já nos rodeava, enquanto eu trazia de volta as coisas que haviamos levado para a churrasqueira, as crianças ja se acomodavam nas cadeiras de praia, apesar do sono tentar pega-las, eles bravamente relutaram, não dando descanso algum para mim ou para minha esposa. A Isadora empolgada em ver o tal "orelhão gigante" não parava de me cobrar, não houve outra saída senão colocar todos no carro e partir em busca do orelhão. Na cidade, não havia nenhuma placa indicando os pontos turísticos, as informações que iamos pegando com os cidadãos local nos fizeram andar em círculos por longo periodo, nisso as crianças no banco traseiro roncavam devido a canseira da trilha e do sono acumulado. Depois de muitas idas e vindas, encontramos a famosa praça, as crianças com sono nem mais ligavam para o achado, acordando mal humoradas não queriam mais nada, ainda sim tiramos algumas fotos, e visitamos alguns pontos turísticos ali próximo, ficando para o dia seguinte voltar mais uma vez e até mesmo comprar algumas lembranças nas lojas que devido o horário já estavam fechando.


Fomos até uma praça logo atrás da igreja, lá comemos lanches nos quiosques, as crianças ainda brincaram mais um pouco na praça. Antes de voltar a barraca ainda ficamos todos juntos comendo pipoca sentados no banco da praça ouvindo musicas clássicas que saiam do chafariz iluminado cujas águas jorravam de forma variada e sincronizada com o ritmo da musica.
Voltamos ao camping para encarar mais uma noite de frio, as crianças depois do cochilo no carro estavam a 1000/hora, ficamos por um tempo conversando dentro da barraca, tudo corria perfeito demais para um camping, ainda mais nesse que tudo foi feito na pressa sem planejamento algum, até comentava com minha esposa, que era até estranho a falta de algum imprevisto, nisso, da calada da noite, de algum lugar sinistro, surge nosso conhecido e nada querido visitante, o detestável senhor "Murphy". Enquanto as crianças brincavam de pula-pula em um dos colchões infláveis, um estranho barulho começa a incomodar, algo como um "schiiiiii". Um dos colchões acabara de furar, pouco antes de dormirmos, sem remendos, nem isolantes térmicos, a unica opção era dormirmos todos num só colchão, mas devido a nossas estruturas física, e pela lei da ciência que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, vimos que era impossível passar mais uma noite lá nessas condições, com as crianças chorando de sono e decepção de ali acabar o acampamento, não restou muito alem de colocar tudo no carro, desmontar a barraca e partirmos rumo para casa. Saímos do camping no domingo por volta das 23:30, decepcionados pelo fechamento dessa história, até mesmo o rapaz da recepção no momento que fomos embora ficou comovido por esse triste fechamento, nem mesmo quis cobrar pela segunda diária que havia começado as 18:00. No caminho de volta para casa, o silêncio imperava no carro, em alguns olhares que trocava com minha esposa pelo caminho, não tinhamos nem o que falar um ao outro. Esses dias ainda chateado, organizando as fotos para montar esse post, olhando no blog dos amigos campistas, vi que teremos mais um camping de inverno em Cabreuva no próximo feriado de 09/07, com certeza, estaremos lá e dessa vez a água benta vai junto para nos proteger de encosto do "Exu Murphy".
Informações Basicas.
Valor diária: R$25,00/pessoa (crianças até 5 anos não pagam)
Café da manhã: R$12,00/pessoa
Almoço/Jantar: R$ 30,00/kg
Passeio a cavalo: R$ 15,00
Tem várias baterias de W.C (masc/fem) espalhados pelo camping, chuveiro quente
Voltagem: 220V

Um abraço.
Família Costa.


domingo, 17 de junho de 2012

GIOVANNETTI (Unidade Rosário)

 Mais um dia 12 de Junho chegou, com esse frio e tempo instável, acampamento tem ficado meio de lado, o jeito é aproveitar o frio para namorar, ainda mais para quem já casou, tem filhos e vive a rotina de enfrentar problemas diários, fechamento de contas no final do mês, educação dos filhos, trabalho e DR´s (mulherada adora uma discussão de relacionamento de tempos em tempos).  Pelo menos nesse dia anual deixar um pouco de lado as diferenças, os problemas, arrumar alguem para ficar com as crianças em casa e dar aquela escapadinha, olhar a esposa da mesma forma que se olhava nos tempos de namoro, fazer aquele agrado pela manhã levando um café na cama acompanhado de um botão de rosa (arrancar o orgão macho de uma planta, servido numa bandeja no café da manhã... Vai entender a cabeça de uma mulher). Enfim, deixar a esposa/namorada feliz.
A noite, nada melhor que curtir um dos mais tradicionais bares de Campinas, o Giovanetti que nesse ano comemora seus 75 anos de existência, com tradição, qualidade e excelente cardápio. Apesar do cardápio ter opções de Pizza, comida vegetariana e até mesmo comida Japonesa, na minha humilde opinião, eu acho um verdadeiro crime contra a história de um bar dessa tradição sentar na mesa e fazer alguns desses pedidos, sendo que o melhor num estabelecimento tradicional como esse são os pratos consagrados que já marcaram história como o Bigode-(camarão empanado), Rolha-(croquete), Martha Rocha-(coxinha), Portuga-(bolinho bacalhau), Milionário-(kibe), Psicodélico, Sharp, Casal 20, alem do tradicional e cremoso Chopp tirado do jeito certo, na temperatura certa, mas enfim, gosto é gosto, e isso cada um tem o seu.
 Deixei as crianças em casa com minha mãe, e levei a Andreza para comemorarmos essa data tão especial, escolhi pelo Giovanetti do Rosário, o mais tradicional dos bares da rede, localizado a 75 anos no mesmo endereço.

 Chegamos por volta das 19:00, o bar ainda não estava no seu horário de pico, pudemos escolher a mesa de acordo com nossa preferência, ficamos próximo a escada, ao lado do quadro de Elvis Presley. Assim que o garçom chegou, já pedi um Chopp escuro para mim, e um claro para minha esposa, mais  uma porção de Bigode. 
 O chopp chegou rápido, e mais rápido do que chegou, o copo logo estava vazio, ágil o garçom antes mesmo que eu fizesse o pedido, o chopp já estava sendo recolocado na mesa . Logo em seguida já veio o Bigode, delicioso camarão empanado envolto em uma suave e leve massa que rapidamente desmancha na boca.

 Logo, com o frio que fazia no dia. antes mesmo que viesse a acabar a primeira porção já fiz o pedido de um dos tradicionais lanches da casa o "Psicodélico". Como a casa ainda não estava lotada o pedido chegou rápido, enchendo a mesa e assim dando a oportunidade de mais um registro desse delicioso relato. Nessas alturas eu já estava no terceiro ou quarto copo de chopp, o efeito etílico já subia a cabeça, a conversa com minha esposa/namorada era agradável e o riso vinha espontâneamente solto. Por sorte ou azar nesse dia meu carro estava preso na funilaria arrumando o estrago feito por uma colisão, o lado bom disso, já que nesse dia eu não estava ao volante foi que assim fiquei livre para tomar alguns chopps a mais, afinal de contas o ponto de taxi ficava logo ali na esquina e mesmo sob efeito de álcool, consciência e bom senso é tudo nessas horas, se beber não dirija.


Ficamos no Giovanetti até próximo das 22:00, nessa hora a casa já estava lotada, tanto as mesas internas quanto as que ficavam na calçada no lado externo, tinha gente esperando na porta até alguma mesa desocupar, a maioria das pessoas que estavam lá eram casais de quarentões, famílias e alguns poucos casais na faixa dos 20 a 30 anos que assim como eu curtem o lugar e as opções de lanche de lá porque no passado (infância/adolescência) foi apresentado por algum tio, pai ou conhecido que já frequentava a casa e a noite boêmia da cidade, sendo que a maioria do publico jovem preferem as unidades do Giovanetti que ficam no Shopping D. Pedro ou no Cambuí, sendo esse novo publico adeptos as novas opções do cardápio, talvez assim num futuro criando e consagrando essas novas opções vegetariano, light e de comida japonesa num bar tão tradicional.

Na nossa mesas os pires que marcam os chopps consumidos já faziam pilhas, não me restou outra saída senão pedir uma Coca e alguma opção de sobremesa para almentar a taxa de glicose e baixar o álcool. Para agradar a esposa, pedi um profiteroles, que posso afirmar ser uma excelente e bem servida opção. 
O difícil mesmo foi subir a escada p/ acessar os banheiros que ficam na parte superior da casa, talvez esse o único ponto negativo da casa, ou positivo se você considerar a escada como um medidor de sobriedade, afinal conseguir subir e descer a escada indica que você pelo menos tem condições de caminhar até um ponto de taxi próximo sem dar vexame de zanzar de um lado para outro nem de cair na calçada.
Terminada a sobremesa, garçom sempre prestativo vindo a mesa, conta fechada, nem mesmo precisamos caminhar até o ponto de taxi, o garçom nos fez o favor de chamar o taxi até a porta do estabelecimento, rumo para casa colocar as crianças para dormir e torcer para ressaca não vir no dia seguinte. Pelo menos demos sorte de estar de férias não precisar trabalhar no dia seguinte e mais sorte ainda porque a ressaca não pegou a gente.

Um abraço.
Famíla Costa.
   
Informações básicas

Rua General Osório, 1059 - Centro - Campinas
Tel.: (19) 3231-2830
Aceita todos os cartões de créditos
Não aceita cheques

sexta-feira, 8 de junho de 2012

CAMPING DO ZÉ ROQUE (PARTE 3)

 Pais descansados, crianças acordando e o Sol já indo embora, devido a falta de recursos necessários para se fazer uma janta decente na barraca resolvemos ir a cidade não só para comer alguma coisa, mas também mostrar as crianças as tradições das comemorações da Pascoa em uma cidade de interior, e por sorte era a noite da Vigília Pascal, mesmo sendo um católico não praticante e a muito afastado da igreja, ainda sim sigo algumas tradições.
 O frio da noite havia chegado ao camping, todos agasalhado e prontos para mais um passeio. Saímos do camping já a noite, a estradinha sinuosa e vazia somente a luz do farol do carro e a claridade da Lua Cheia iluminando o caminho, minha filha Isadora lembrando das histórias de Lobisomem que tínhamos contado para ela, até um certo momento se mantinha repreensiva olhando pela janela do carro a penumbra das montanhas entre uma curva e outra, quando perguntado se ela estava com medo, veio a resposta.

 "-Papai, a gente tá na cidade do Lobo Mal, mas o Lobo Mal daqui é bonzinho..." 

 Depois de quase 1/2 hora, chegamos ao centro de Joanópolis, ao contrário do camping, lá estava calor, as blusas ficaram no carro e saímos para dar uma volta na praça, aliás, o mais tradicional dos passeios em cidades do interior é dar a "volta na praça". De inicio a praça estava vazia, mas com aproximação do horário da missa, as pessoas começaram a aparecer, alguns adolescentes circulavam a praça de carro, enquanto as meninas andavam em duplas pelo meio da praça jogando o tímido charme de interioranas aos garotos. Fomos então explicando para as crianças que ao contrário da nossa rotina de cidade grande, onde damos "volta" no shopping, lá as pessoas preferem a praça, onde ao contrário de nós urbanóides, eles interagem muito mais com seus amigos, vizinhos e conhecidos criando um clima descontraído e muito gostoso. Apresentamos o ponto máximo de entreterimento local para as crianças, algo inéditos para eles, o CORETO.



 As crianças logo fizeram amizade com outras que ali estavam acompanhando seus pais que logo  assistiriam a missa da Vigília, brincaram de correr dentro e fora do Coreto, até que em um certo momento, apareceu um sapo na praça. Nova descoberta, a partir dai começaram a brincar de imitar o sapo pulando, era um pulo mais desajeitado que outro, a alegria corria solta, e como pai, eu vi a qualidade de vida que uma criança do interior pode aproveitar, mesmo estando longe de shoppings, cinemas e do agito das cidades grandes. Até eu e minha esposa entramos no clima bucólico da cidade e conseguimos namorar um pouquinho na tranquilidade da praça. Em meio ao momento romântico, surge as badaladas do sino da igreja convocando a todos para o inicio da celebração.
 Em frente a igreja surge uma fogueira, o povo se reúne com velas apagadas na mão, o padre aparece junto com seus coroinhas, ministros, beatos e beatas.
Meu filho Dudu pulando no meu colo apontando para fogueira louco de vontade de ir jogar alguma coisa no fogo, e minha filha Isadora segurando firmemente minha mão assustada com toda aquela estranha movimentação, solta a pergunta.
  "-Papai, eles vão caçar e matar o Lobo Mal ?". Algumas pessoas que estavam próximos caíram na gargalhada com a inocente pergunta da Isa.
 Resolvemos então comer um lanche no quiosque que fica do lado esquerdo da igreja, pena nesse momento ter acabado a bateria da câmera, mas fica meu relato e a imaginação do amigo leitor nesse momento. Logo de cara tinha uma peça de pernil defumada inteira sob o balcão, o cheiro exalava gostoso para quem se aproximava, não tive outra opção com a boca cheia de agua senão pedir o tradicional lanche. O chapeiro com toda habilidade de um samurai cortava inúmeras e finas fatias que caiam sob chapa quente, juntada a mais uma generosa quantidade de vinagrete, o cheiro delicioso fazia o estômago vazio roncar de fome, e para acompanhar esse delicioso lanche, no mesmo quiosque tinha um bico de Chopp, delicioso e bem cremoso, chopp escuro tirado da maneira certa e na temperatura certa. E tudo isso no conceito (3B -bom, bonito e barato), com fartura e preço justo.
 Assim que os fiéis entraram na igreja que se mantinha escura, sendo apenas iluminada pelas velas já acesas nesse momento, resolvemos que já era hora de ir embora, infelizmente precisávamos passar em algum caixa eletrônico, o que em Joanópolis não existe, tivemos de ir até Piracaia, foram +/- uns 45min de Serra, estrada bem sinuosa e com curvas fechadas. As crianças pegaram no sono, chegamos no camping quase 1:00am de Domingo, no camping já havia um pouco de serração, fomos dormir, acho que essa foi a noite mais gelada que passamos numa barraca, por sorte levamos bastante cobertores e tínhamos outros tantos de agasalhos. Por conta dos 3 copões de chopp que tinha tomado, precisei ir inúmeras vezes ao pasto dar uma molhada na arvore, em uma das vezes que sai da barraca no meio da noite, a serração tinha tomado conta do pasto, visibilidade era de uns 3 ou 4 metros a frente, lembro que fui até a arvore e já não dava p/ enxergar a barraca.
 Passada a noite gelada, lonas externas da barraca úmidas pelo forte orvalho, resolvemos nos despedir da cachoeira, ficamos lá até próximo das 11:00am, voltamos ao camping apreciando cada passo dado no caminho e já planejando um retorno próximo. Hora de arrumar as coisas e pegar estrada, enquanto minha esposa arrumava as malas e esvaziava os colchões, eu desarmava a barraca, nesse momento já bem seca, todos os cuidados necessários p/ guarda-la, boa parte dos campistas já tinham ido embora, e outros como eu arruando as coisas para bater em retirada, apenas alguns poucos campistas ainda resistindo p/ irem embora. São Pedro camarada dessa vez foi legal, somente deixando cair a chuva bem no finalzinho do feriado, por sorte eu já estava com todas as coisas no carro. Resolvemos antes de pegar estrada p/ casa almoçar no Caipirão e comprar algumas lembranças na cidade.


As crianças ficaram encantadas logo que chegamos ao Caipirão por conta do lago com Carpas, por ser Domingo o restaurante estava cheio, tinham bastante crianças correndo em volta do lago, algumas numa cobertura ao lado do lago faziam da rede um balanço. Eu e minha esposa com fome, logo tratamos de entrar no restaurante, pegar uma mesa e correr para o fogão de lenha. Já conhecíamos o restaurante de algumas estadias anteriores que ficamos na cidade em chalés, uma em 2002 e outra em 2004. A qualidade do restaurante continua a mesma, logo na entrada uma mesa com aperitivos e pingas feitos na região, ótimo p/ abrir o apetite, o fogão de lenha gigante, com diversas opções de massas, arroz, e carnes, alem de uma mesa enorme de sobremesas. Impossível de não perder a boa educação e repetir o prato ou mesmo de fazer pratos monstros e mandar as favas meses de regime e saladinhas. Mais um restaurante no conceito (3B), preço justo e comida farta, deliciosa, alem do excelente tratamento e rapidez no atendimento.
Logo que começamos almoçar, houve um principio de correria, um casal de pais e avós que ali almoçavam, correndo acudir uma menina que acabara de cair no lago, ela era uma das crianças que faziam da rede um balanço de parque, tinha tudo para dar errado, "Muphy" também estava almoçando lá. Depois do almoço, barriga cheia, hora de descansar nas dependências externas ao restaurante.

Os bancos tem uma leve inclinação p/ traz, fazendo assim diminuir a pressão sob a barriga cheia, alem de que ficam de frente ao lago que tem uma pequena cascatinha, e o barulho da agua caindo causa uma gostosa sensação de sono.





Na janela que da acesso a área administrativa do restaurante, tem um funcionário lá que te dá um balde com ração p/ jogar as carpas, essas de tão acostumadas que estão de sempre estarem sendo alimentadas pelos clientes, logo que se chega na beira do lago, elas já ficam no aguardo com a boca aberta pedindo comida, de tão domésticas que estão é possível passar a mão nelas.





Sem choro, hora de ir embora, mais uma passadinha na loja do artesão, as crianças queriam se despedir do Lobo Mal, e a Andreza louca p/ comprar algumas lembrancinhas, potes de doces e camisetas com o Lobisomem, tamanha foi a choradeira que eu acabei cedendo e lá se foi meu limite do cartão de crédito.
Na volta para casa demos sorte, a estrada estava vazia até próximo de Bragança Paulista, somente pegando trânsito próximo da Rod. Dom Pedro, por conta da volta do feriado. Foi um excelente passeio, que pretendo retornar mais vezes para acampar, foi legal ver que as crianças encararam numa boa as dificuldades que apareceram e contornaram qualquer situação sempre com um sorriso estampado no rosto, isso me faz crer que logo termos outras aventuras com a velha barraca canadense.

Um abraço.
Família Costa.

sábado, 26 de maio de 2012

CAMPING DO ZÉ ROQUE (PARTE 2)

 O dia amanheceu ensolarado, acordamos com o Peru atrás da barraca e fazendo seus "Glu-glus". Café da manha tomado, crianças entusiasmadas e energizadas para aventura. Logo saindo do camping do Zé Roque, as crianças ficaram loucas de vontade para andar nos pedalinhos, conseguimos "negociar" e seguir caminhada, pouco mais a frente nova descoberta, a casinha do Tarzan e os balanços, nessa não teve "negociação", paradinha de 30´minutos até as crianças enjoarem dos brinquedos. Retomada rumo a cachoeira, antes mesmo de pegar o calçadão que dá acesso a cachoeira nos deparamos com o pessoal do boiá-cross, ou como os campistas do Zé Roque apelidaram "enrosca bóia", já que no caminho do rio haviam muitas pedras, os aventureiros das bóias na maioria do caminho tinham que descer p/ desenrosca-las. Mesmo assim fiquei com vontade de me aventurar, mas por receio das crianças se machucarem nas pedras, a idéia foi descartada.   
 A cachoeira fica aproximadamente uns 10 minutos de caminhada do camping,  a estradinha que dá acesso até a praça comercial antes da trilha da cachoeira é de calçamento, não se tem acesso de carros até lá o que torna a caminhada mais tranquila, segura e agradável, ainda mais p/ quem tem crianças e não precisa ficar dividindo espaço com os carro. Para quem vai de carro, tem um estacionamento logo no começo do calçadão.  A praça comercial antes da trilha tem lojinhas de lembranças e alguns restaurantes, todos com preços justos e comida farta. 

 Ao entrar na trilha da cachoeira, logo de cara nos deparamos com uma bela morena, de biquine deitada sobre as pedras fazendo pose enquanto sua amiga batia algumas fotos. Assim como eu, vários outros marmanjos barbados tentando resistir de NÃO olhar, enquanto nossas esposas fiscalizavam para que lado iam nossos olhos, sob pena de advertência, multa e repreensão. Algumas esposas que ali estavam, incomodadas como o exibicionismo da bela morena, tentavam apressar o passo da caminhada, algumas até mesmo puxando seus maridos pelo braço. Para não dar B.O. com minha esposa, preferi não registrar esse fato com fotos, mas mesmo eu tentando não olhar, o pequeno Dudu no meu colo, virou minha cabeça na direção da morena, apontou e disse "-Papai, bunda, bunda...".

 Na trilha existem várias pontes de madeira sobre o curso das águas que cortaram o terreno em várias pequenas ilhas, tornado um espetáculo de paisagens, o lugar é super conservado e existem várias placas orientando o turista a não jogar lixo e manter a conservação da natureza. É PROIBIDO entrar na trilha com comida, latinhas de refrigerante, cerveja ou garrafas descartáveis, PROIBIDO também, acampar, acender churrasqueira ou fogueiras na área de conservação.

 A corredeira é rasa, água bem gelada e de coloração acastanhada devido ao desgaste das pedras e seus minerais. Água limpa que dá vontade de beber, pelo menos meu Duduzinho tomou bastante entre uma advertência e outra, e até o presente momento nenhuma consequência ou sequela disso. As crianças se divertiram bastante em brincar na corredeira.







 Eu mesmo não pude resistir, e acabei entrando na água também. O lugar é encantador, com facilidade no caminhar você perde a noção de tempo. Cada cantinho que você olha vai encontrar algo que te chame atenção e te prender nos detalhes. O som da água correndo, som da cachoeira mais ao fundo, os pássaros cantando, o vento balançando a copa das árvores e o cheiro do mato e da água.
 Uma verdadeira terapia para aqueles que assim como eu vivem o estresse diário da cidade do trânsito e de passar o dia todo no escritório em frente a um computador por incansáveis horas.











 Tentamos chegar o mais próximo possível da cachoeira, logo no inicio da subida das pedras encontramos uma certa dificuldade, não que fosse difícil, até mesmo porque eu e minha esposa já fizemos até rapel em cachoeira (Brotas), mas por conta das crianças, os pequenos não conseguiram escalar algumas pedras, minha filha Isa, chegou até mesmo ralar o joelho num escorregão, mesmo assim não perdeu a esportiva e encarou o desafio. 



 Meu pequeno Dudu queria seguir mais adiante, ficava apontando em direção a cachoeira e mandando eu ir alem. Numa futura aventura, com ele um pouco maior, eu vou tentar tomar um banho no pé da cachoeira, descarregar o estresse acumulado. Sentir essa força e beleza da natureza, quem sabe até mesmo fazer um rapel. Alias não vi ninguém praticando essa modalidade por ali, talvez nesse dia não tivesse nenhum grupo.




 A hora de almoço aproximava, de longe já dava p/ sentir o cheiro que vinha dos fogões a lenha dos restaurantes, a fome bateu, dava p/ ouvir o barulho do estômago gritando, nessa hora, a caminhada foi apressada, por um lado eu e minha esposa acelerando p/ chegar ao restaurante, do outro as crianças tentando desacelerar p/ brincar um pouco mais na trilha e deslumbrados com cada descoberta que faziam, das teias de aranhas, dos insetos e dos animais que achávamos pelo caminho e nas árvores. Quando chegamos na praça, ficamos perdidos, em qual restaurante ir, todos eram bons, de todos os lados vinham os aromas da boa comida misturada com o cheiro da lenha queimando, ainda mais p/ gente que na noite anterior havíamos passado com salsicha, almondegas e macarrão empapado.

 Decidimos pelo "Restaurante Cachoeira", esse cabe no conceito (3B-bom, bonito e barato), logo que entramos, perguntamos se aceitava cartão.
NÃO ACEITA NENHUM TIPO DE CARTÃO.
 Poderia ser um ponto negativo, mas esse restaurante, alem do conceito (3B), se enquadra no também no conceito CAMARADA, ponto mais que positivo. O gerente nos deu a opção de depositarmos na conta do restaurante ou pagar no dia seguinte, optei na segunda opção, honrando o compromisso no dia seguinte.

 A comida é de primeira, tem um fogão a lenha gigante, com diversas opções de comidas, misturas, saladas e sobremesas. Comida sempre quente, e mal as panelas estavam na metade, já aparecia alguem da cozinha com outra cheia. O atendimento rápido com garçons de uma simpatia enorme, nota 10 com louvor. De tão boa a comida, perdi os modos e a educação,  fiz um prato gigante, daqueles tipo "montanha", Não consegui colocar tudo que gostava no prato, tive que dar uma segunda viagem no fogão.  Meu Duduzinho me acompanhou nos pratos "monstros" e comeu até estufar a barriga.



 Saindo do restaurante, vimos uma agitação de pessoas, era uma turma brincando no "TIBUM", não deu p/ resistir, tive que colocar minha esposa lá debaixo (contra a vontade dela é claro).





 Um brinquedo simples e super bem bolado, é uma gruta de pedras, dentro dela tem uma canaleta e logo acima fica um tambor preso por uma cinta de metal pouco abaixo da metade, no fundo um pequeno peso p/ quando tiver vazio voltar a posição de pé, esse tambor é abastecido de água de uma mina encanada, quando cheio o tambor desequilibra, vira e desce uma enchurrada de agua em cima de quem tiver embaixo. é uma ótima idéia p/ tirar ressaca ou p/ dar uma acordada depois de um almoço tão bom.



 Voltando ao camping do Zé Roque, as crianças relembraram da "negociação" sobre o pedalinho, e ficaram o caminho todo cobrando, não tive como escapar, promessa feita tem de ser comprida. Ainda mais quando as crianças se comportaram tão bem.   Alem do mais, foi ótimo p/ ajudar na digestão, de tão cheio, o estomago lotado me incomodava durante a caminhada.
 

 Chegando ao camping do Zé Roque, criançada indo tomar um bom banho quente no delicioso chuveiro aquecido no fogão a lenha, hora da naninha da tarde, soninho sagrado p/ repor as energias, e dar um tempinho p/ os pais conversarem e planejar o passeio da noite.

-Informações básicas:

Restaurante Cachoeira: 18,00/pessoa, crianças até 5 anos não pagam. Não aceitam nenhum tipo de cartão.

 

Enquanto as crianças dormem, os pais ficam brincando com a câmera fotográfica.

Um abraço.
Família costa.