segunda-feira, 30 de julho de 2012

CAMPING CASCATA

Sábado 07/07/2012, tinha tudo para desistir desse passeio, o tempo começou a fechar na Quinta, na Sexta já fazia frio, a previsão do tempo era de chuva nos 3 dias do feriado, eu ainda tinha que trabalhar de manhã para concluir um trabalho. Cheguei em casa por volta do meio dia, desanimado, o trajeto para casa o tempo fechado e nuvens carregadas, abro o portão, meus pequenos correm para mostrar suas mochilas prontas, sussurro baixo para a esposa que vamos desistir.
 Nisso dou uma ligada para o Ricardo, blogueiro do Camping & Família, ver como andava os ânimos, informar da minha desistência. Graças a persistência e otimismo desse amigo, logo me convenceu de que com frio e chuva, ainda sim,  era melhor estar na barraca do que em casa na sala assistindo Faustão. Coragem retomada, correria geral para re-aprontar as malas e tuchar as coisas no carro.
 Saímos de casa lá pelas 15:00, com a idéia de que se chovesse no caminho pegaríamos o primeiro retorno de volta, conseguimos chegar a Cabreúva sem nenhum pingo de chuva, somente o tempo abafado que antecede o cair da chuva. Já na Estrada dos Romeiros em Cabreúva, poucos kilomêtros a frente começamos margear o Rio Tiête.


Nesse ponto longe de São Paulo, a poluição ainda mostra traços fortes com sua espessa camada de espuma branca, contrastando com o verde das montanhas, o forte odor nos obrigava a fechar as janelas do carro. A entrada do Camping Cascata fica as margens do Tiête, a primeira impressão é que esse acampamento seria marcado pelo fedor do rio, mas logo que se passa da portaria o camping é uma verdadeira reserva de mata Atlântica, as paredes de árvores conseguem isolar o fedor do Tiête para o lado de fora.





O camping praticamente fica encrostado na montanha, que por meios de platôs dividem por degraus as várias áreas de barracas, chalés, traillers e motor-homes. O camping conta com Lanchonete que serve café da manhã, porções e lanches, tem um restaurante que devido a baixa temporada se encontrava fechado, e um bar (Toca do Peixe) na parte mais baixa do camping que serve almoço, porções de peixe e variados com preço justo e comida boa.















O camping é bem simples, tem banheiros em todos os platôs, mas são poucos (1 masc./1 fem.), e mais pouco ainda é a quantidade de pontos de luz e tomadas, alem da fiação totalmente exposta a altura que as crianças facilmente conseguem alcançar e com vários pontos desencapados e sem isolação, o que nos fez redobrar a atenção com as crianças tentando evitar acidentes com choques.
 Logo que chegamos subindo o acentuado aclive que dá acesso aos platôs, nos deparamos com o pessoal da Trips e do Camping & Família, que nesse momento já se encontravam instalados, logo fomos nos apresentando, foi esse nosso primeiro encontro com outros blogueiros e suas famílias, antes disso só havíamos os conhecido por acompanhar seus blogs, todos nos receberam de corações abertos.
 Enquanto descarregava as tralhas do carro, as crianças sem cerimonia alguma já estavam totalmente a vontade e enturmadas com os filhos do Ricardo (Malu e Bia) e do Tiago (Pietro), dessa vez consegui com tranquilidade montar a barraca sem que o Dudu ficasse tirando as coisas do lugar. Barraca montada, fiação e iluminação instaladas, nossa pequena vila familiar de barracas estabelecida.


Nossos amigos (Ric/Tiago) foram atrás do carvão e álcool para rolar um churrasco nos minutos restantes de Sol, o camping apesar de vender gelo e carvão, nesse dia não tinha nenhum para venda, ainda sim conseguimos uma sobra de carvão e um pouco de álcool para acender com algum custo a churrasqueira. Logo apareceu outro amigo, o Gera com sua esposa e seu pequeno bebe, por conta do frio e precaução com seu pequeno filhinho esse nosso amigo ficou no chalé, mas dava para ver no olhar do Gera a vontade estampada de querer estar ali acampado.

 Pouco depois da churrasqueira acesa, mal tinha acabado de sair a primeira leva de linguiça, e outro nosso amigo, dessa vez não tão querido resolve dar as caras, ele mesmo o "Murphy", que logo na sua passagem trouxe a chuva, apagando as brasas da churrasqueira e nos fazendo correr para dentro das barracas, sem outra opção, nada mais restou do que arrumar as camas e dormir com o barulho da chuva na lona da barraca. A Quechua T6.2 aguentou bem a forte chuva e ventos que insistiram em ficar até a madrugada, junto a chuva o frio chegou rápido e passamos uma noite gelada, eu e a Andreza agarrados as crianças.


De manhã a chuva já havia ido embora, só ficando o frio e a grama molhada, as crianças logo que acordaram já perguntavam dos novos amiguinhos que haviam feito, do lado de fora se escutava a pequena Malu (filha do Ricardo) chamando pela Isadora. "-Menininha, menininha..."
Não conseguimos segurar as crianças dentro da barraca, logo sairam correr na grama molhada junto as outras crianças. Resolvemos tomar o café da manhã na lanchonete do camping, apesar das poucas opções no cardápio, deu para comermos pão de queijo assado na hora e um bom e quente copo de café.




Logo mais as outras crianças também já haviam subido p/ o play que ficava em frente a lanchonete, a farra rolava solta enquanto o Sol da manhã nos esquentava. As mulheres sentadas na guia não paravam de falar.
Ainda pela manhã todos resolvemos descer até a cachoeira que fica localizada na entrada do camping, encarando o frio e as pedras escorregadia para registrar as belas imagens.




Da cachoeira, esticamos até o o bar (Toca do peixe) para conhecer o lugar, esse um lugar bem simples, fica no pé do pesqueiro, na entrada as crianças se encantaram com uma velha gaiola que estava estacionada ao lado do bar, logo atrás do bar, na parte represada do pesqueiro se encontram algumas placas apontado para as "duchas", que na verdade se trata do ponto do vertedouro da pequena represa onde a agua que transborda em veios formam pequenas cascatas para o proveito dos turista. Ótima opção para um dia de calor, mas nesse dia de frio, passo longe dessa oportunidade.





Voltando ao nosso acampamento, já quase pelo meio dia, resolvemos todos refazer o churrasco que foi interrompido no dia anterior, a churrasqueira molhada foi o maior desafio dessa vez, com muito custo, o fogo acendeu e logo as carnes já eram servidas, a esposa do Ricardo logo aprontou um arroz que posso dizer ser de um sabor delicioso e excelente preparo.

Ao final do churrasco, o avançar da tarde já dava inicio a queda da temperatura, antes que a noite chegasse, resolvemos dar uma volta pela cidade, saímos e o restante do pessoal preferiu ficar curtindo o camping. Ainda na estrada dos Romeiros, encontramos várias romarias de cavalos e charretes, em alguns pontos onde existem vários bares, os jovens se amontoavam com os porta malas abertos e som alto rolando solto, no caminho passamos pela Fazenda do Chocolate, e já programamos esse o passeio para o dia seguinte.
Chegamos ao centro de Itu pouco antes de começar anoitecer, como as crianças brincaram muito e comeram pouco, assim que paramos o carro começaram a reclamar da fome, por sorte estacionei ao lado de uma pizzaria (The Flash´s restaurante/choperia/Pizzaria) que fica na praça Matriz. Pedimos uma Pizza que chegou rapidamente, para acompanhar pedi um chopp. Logo que terminamos, fomos dar uma passeio na praça, as crianças correram ver o famoso Orelhão, jurando que ali morava um Gigante, em seguida fomos caminhando até a Praça da Independência onde as crianças puderam brincar mais um pouco no parquinho e depois comermos pipoca sentados no banco da praça. Com a temperatura caindo cada vez mais, voltamos ao camping, no caminho de volta, descobrimos que no estacionamento do Plaza Shopping tinha um circo instalado (big brothers cirkus), não resistimos e fomos dar uma olhada, mas infelizmente, saímos com poucos agasalhos e já não dava mais para suportar a queda da temperatura, as crianças sem entender, voltaram chorando no banco traseiro (sobre o circo, achei melhor um post somente dele, confiram logo mais).
Na chegada ao camping, nos deparamos com o pessoal fazendo Pizza na barraca do Tiago, nesse momento, já com a barriga cheia, mal conseguia sentir o cheiro do queijo derretido sem que o estômago reclamasse, puxamos uma cadeira e fomos nos juntar aos demais para curtir o frio com um pouco de vinho.

 Logo o Ricardo e Tiago formaram uma dupla e soltaram a voz, alegrando a noite gelada, enquanto eu e Andreza dividíamos uma colcha tentando nos aquecer, as crianças brincavam com as lanternas em aventuras imaginárias e correndo para todos os lados. Em num determinado momento a Isadora e o Dudu vieram até a gente reclamar do "calor", se via seus rostinhos vermelhos e queimados pelo calor do corpo e o frio da noite gelada.





Condensação de água dentro da barraca
Não demorou muito para as crianças que no agito do dia pularam o sono da tarde começarem a ficar "chatinhas", e com o frio que fazia nesse momento, ir dormir dentro da barraca quentinha era uma das melhores opções. O pessoal ainda ficou até de madrugada conversando, as outras crianças também caíram de cansaço e sono em suas respectivas barracas, eu e a Andreza que já havíamos nos esquentado dentro da nossa barraca enquanto fazíamos as crianças dormirem, não tivemos mais coragem de sair para fora, só restou deixar o sono nos pegar.


Logo que a claridade do amanhecer do dia chegou, eu já sem sono não conseguia mais ficar deitado, sai logo cedo para explorar o camping, já que as crianças e a Andreza estavam em sono profundo, tive a oportunidade de poder fazer minha caminhada matinal.
O orvalho da madrugada cobria todo o camping, como estávamos cercados por montanhas, a luz do Sol começava chegando primeiro ao seu topo, e lentamente ia descendo clareando todo o vale, mais a frente descobri uma trilha que saia na parte de cima da cachoeira, resolvi encarar, o caminho era ingreme e por conta da chuva do dia anterior estava totalmente escorregadio, mesmo assim nada que dificultasse a aventura, consegui chegar até a cachoeira e tirar mais algumas fotos, na volta a subida pegou, deu para sentir uma leve canseira. De recompensa passando em frente a lanchonete que nesse momento já estava funcionando pude tomar meu café acompanhado de um pão na chapa bem quentinho.





Desci até as barracas e o pessoal já estavam começando a acordar, o sol esquentava nossa pequena vila, as barracas estavam molhadas pelo orvalho, ali já planejamos todos de irmos até a Fazenda do Chocolate, dando assim um tempo para que o Sol secasse nossas barracas, para mais tarde desarmamos o acampamento, logo que todos tomaram seus café, cada um a seu modo, partimos em comboio até a Fazenda do Chocolate.


Na fazenda do Chocolate, ao contrário do que imaginávamos, não encontramos nenhuma grande linha de fabricação de chocolates, nem velhos e enormes tachos de chocolate derretido sendo mexido pela "Tia Anastácia e Dona Benta", menos ainda os Oonpa Loompas (anões da fantástica fábrica de chocolates) andando na fazenda carregando cestas de guloseimas, o que tem na realidade é uma pequena sala com porta de vidro sem muito destaque onde se pode espiar parte do processo de fabricação do chocolate.

No demais a fazenda se resume nos estábulos onde se pode ver alguns cavalos, vacas e pôneis, o lago onde tem enormes carpas, o aviário, o parquinho, o restaurante, passeio de charrete e pôneis, e uma lojinha de chocolate, uma vinícola onde você pode comprar vinhos artesanais, licores, queijos e manteigas.



As crianças correram por toda a fazenda, um dos pontos que deixa a desejar é a segurança das crianças em relação ao lago que não tem nenhum guarda peito ou mureta, sendo nesse ponto onde as crianças na maioria do tempo se concentravam para jogar farelos aos patos e carpas. A fazenda é muito bonita, tem ótimos pontos para se tirar boas fotos.









O preço do chocolate vendido lá é um tanto salgado para o bolso, apesar de ser um produto artesanal e ter lá o seu diferencial, os vinhos e licores são vendidos a um preço razoável, não cheguei a comprar nenhum por falta de ter disponível alguma amostra para que se pudesse sentir o gosto no paladar.
Depois do passeio na fazenda do chocolate, voltamos em comboio para o camping, o Sol nesse ultimo dia apareceu com força, já era hora de desmontar as barracas, com as crianças entretidas entre si, pudemos desmontar com tranquilidade nossas barracas e conseguir compactar tudo dentro no nosso pequeno Fiesta Hatch. O platô sem nossas barracas, dava espaço ao gramado, deixando ali um pouco de saudosismo dos bons momentos que tivemos. Já se passava do meio-dia, resolvemos todos dar uma ultima passada na cachoeira ao pé do camping e depois almoçar no "Toca do Peixe".

Em sentido horário (Isadora/Bia/Pietro/Malu)
As crianças no restaurante pegaram uma mesa só para elas, somente o Dudu o mais pequeno da turma, já com sono e dando um pouco de trabalho ficou na mesa dos adultos, as porções de peixe acompanhadas com o'rings e arroz saciaram nossas fomes, a conversa na mesa rolava sobre qual o camping que faríamos nosso próximo encontro, na mesa das crianças, hora ou outra rolava algum desentendimento entre os pequenos, afinal, quem muito ri, também chora, e com o cansaço dos dias de camping, as crianças já estavam bem acabadinhas.
Depois do almoço, o pessoal se reuniu mais uma vez na cachoeira, dessa vez para tirarmos a foto oficial do encontro dos Blogs (OsCostas, Trips, Camping & Família), registrando assim mais um fechamento de uma aventura com nossas famílias.

Esquerda p/ direita (Isa/Eduardo/Dudu/Andreza/Tiago/Mari/Pietro/Bia/Laryssa/Malu/Ricardo)
Ali nos despedimos dos nossos amigos, eles seguiram adiante, mas eu ainda tinha uma promessa a cumprir, e não poderia voltar sem antes passar no Circo, afinal as crianças não me deixavam esquecer desse compromisso, mas esse vai ficar para o próximo post.

Abraços
Família Costa.